Conforto ou Desempenho? Como escolher a roupa certa pro Triatlo
E aí, maluco(a)! Se você tá de olho no triatlo, já sabe que o buraco é mais embaixo. Cada segundinho conta. É um perrengue sem fim, que suga seu corpo e sua cabeça.
No meio dessa loucura toda de nadar, pedalar e correr, tem um negócio que muito iniciante ignora, mas que pode acabar com a sua prova: a roupa.
Sério. E não tô falando de “estilo”, de ser o mais bonito da transição. Tô falando de algo que pode fazer você ganhar minutos… ou te fazer desistir chorando de assadura.
Nesse papo aqui, vamos fuçar em como a roupa (que, no triatlo, a gente costuma chamar de “macaquinho” ou trisuit) é sua melhor amiga… ou sua pior inimiga.
Bora entender essa parada de conforto e performance, porque no fim do dia, eles têm que andar de mão dada. Se segura aí!
O básico: o que o Triatlo exige dessa roupa?
Primeiro, vamos corrigir um negócio que o texto original sugeriu: a “roupa de corrida”. No triatlo, a gente não troca de roupa (só se for um Ironman muito longo e você quiser, mas não é o normal).
Você usa uma peça só pra fazer TUDO. Isso mesmo. O macaquinho.
Pensa no desafio que essa roupa tem:
- Na Natação: Ela não pode virar um paraquedas. Tem que ser justa, hidrodinâmica (chique, né?) e não pode te encher de água. E o principal: tem que secar VOANDO.
- No Ciclismo: Você sai da água pingando, sobe na bike. Se a roupa demora pra secar, você vai cozinhar (ou congelar, dependendo do tempo). E aqui tem o ponto crucial: o forro (a “almofadinha” da bunda). Ele tem que proteger seu… você sabe… por horas.
- Na Corrida: É aqui que o bicho pega. O forro da bike não pode parecer que você tá correndo de fralda. A roupa tem que respirar, ser leve e, pelo amor de Deus, não pode assar.
Ou seja, a roupa tem que ser um camaleão: boa nadadora, ciclista confortável e corredora leve.
O que uma roupa de Tri DECENTE tem que ter?
Quando você for comprar o seu macaquinho, você não vai olhar só a estampa. Fica de olho nisso aqui:
1. Respirabilidade (O “Ar-Condicionado”):
No calor da prova, seu corpo vira um forno. A roupa TEM que deixar o suor sair. Ela tem que “puxar” a umidade pra fora e secar rápido. Se a roupa vira uma sopa, você ferve.
2. Ajuste (A “Segunda Pele”):
Tem que ser colado. Justo. Se tiver pano sobrando, na natação vira um freio, e na corrida/pedal vira atrito. E atrito, meu amigo… atrito é o nome chique pra assadura. E uma assadura no meio de uma prova é o inferno na Terra. Compressão é bom (ajuda o músculo), mas não pode te estrangular.
3. Proteção UV e Resistência ao Cloro:
Você vai ficar horas debaixo do sol. A roupa TEM que ter proteção UV, senão você vira um pimentão. E se você treina muito em piscina, ela tem que aguentar o cloro pra não esgarçar em dois meses.
4. Bolsos! (O “Porta-Rango”):
Onde você vai levar seu gel? Sua paçoca? Seu sal? Macaquinho de prova tem que ter bolsinho. Geralmente nas costas ou na perna. E tem que ser bolso justo, pra não deixar suas coisas caírem ou ficarem pulando.
De que é feito esse troço?
Não vou ficar aqui com papo de “Poliéster”, “Elastano”, “Poliamida” (que são os materiais, tá?).
O que você precisa saber é: o tecido tem que ser leve, elástico (muito elástico!) e secar rápido.
- Poliéster: É bom, dura bastante, seca bem.
- Elastano (ou Lycra): É o que faz a roupa esticar e te abraçar.
- Poliamida (ou Nylon): É super leve e confortável.
Sobre marcas? Cara, tem as “grifes” (Speedo, Zoot, 2XU) que são incríveis, mas custam um rim. Hoje em dia, tem muita marca nacional fazendo coisa de altíssima qualidade com um preço mais justo. Vale fuçar.
Outras paradas pra ficar de olho…
- Costura: Olha a costura por dentro. Ela é “chata” (plana)? Ou é uma costura grossa? Se for grossa, fuja. Isso vai te serrar no meio.
- Zíper: Ele te incomoda no peito? Tem uma proteçãozinha por dentro pra não beliscar sua pele?
- Estilo (Claro!): Por último, mas não menos importante. Você tem que se sentir bem com a roupa. Se você se olhar no espelho e se sentir o “Homem de Ferro” (ou a “Mulher Maravilha”), você já sai ganhando. Sério, confiança é metade da prova!
A DICA DE OURO: O mandamento do triatleta
Beleza, agora a dica mais importante. A que vai salvar sua pele (literalmente). Anota aí e tatua no braço:
NUNCA, JAMAIS, EM HIPÓTESE ALGUMA, ESTREIE ROUPA NO DIA DA PROVA.
Comprou o macaquinho? Lindo. Agora você vai treinar com ele.
Você vai nadar com ele. Você vai fazer um pedal longo (tipo, 3h+) com ele. Você vai fazer uma corrida longa (1h+) com ele.
É no treino que você vai descobrir:
- “Opa, o zíper pega no meu pescoço.”
- “Hmm, esse forro me assa depois de 2h de bike.”
- “A costura debaixo do braço tá me comendo vivo.”
Não tenha medo de testar.
Fechando o papo…
No fim das contas, a escolha da roupa é quase tão pessoal quanto a escolha do tênis. O que é perfeito pra mim, pode ser um lixo pra você.
Achar a roupa certa é um balanço delicado entre conforto (pra não te destruir) e performance (pra secar rápido e não pesar).
Gasta um tempo nisso. Prova. Testa. Ajusta. Porque, acredite… quando você tiver no quilômetro 30 da maratona, a última coisa que você vai querer é se lembrar daquele zíper que tá te cortando.
Boa sorte na caçada!